Chicão dá a volta por cima e faz de 2024 um ano de vitórias políticas e pessoais
O ano de 2024 reservou ao vice-prefeito de Boquim, Chicão Almeida (PT), um enredo que facilmente se aplicaria a uma produção cinematográfica classificada pelo gênero Drama, mas daqueles com um baita final feliz. Da fila da doação de órgãos e da hemodiálise semanal para os palanques e bastidores das eleições de 2024 o petista saiu vitorioso e tem motivos de sobra para tratar este ano que se encerra como uma página de superação na sua vida.
O início do ano foi turbulento, pois até ali Chicão ainda lidava com o gesto de profunda ingratidão do prefeito e ex-aliado Eraldo (Progressistas), que em 2023 o afastou de uma vez das decisões da gestão, forçando-o a um rompimento. Desde então passou a se comportar como um opositor moderado, que apresentava críticas e soluções, mas que não deixava de escancarar o comportamento perverso e suspeito do ex-aliado, o qual, por sua vez, passou a atacá-lo de maneira pessoal e rasteira. Foi neste período que um ex-assessor do prefeito admitiu publicamente que o político desejou, em uma sala cheia de testemunhas, a morte de Chicão por câncer.
Até meados de abril e lidando com problemas renais gravíssimos, Almeida ainda se comportava como pré-candidato a prefeito de Boquim. Naquele momento o seu drama pessoal dividia espaço com o bom desempenho nas pesquisas de consumo interno que o apresentavam competitivo nos cenários de disputa com os ex-pré-candidatos Jorge Mitidieri e Luiz Fonseca.
Quando a sorte o sorriu e, enfim, conseguiu um transplante renal que lhe veio como uma bênção – mas também como a pá de cal que o afastou de uma vez da disputa eleitoral por razões óbvias que envolvem a recuperação cirúrgica – Chicão Almeida viu de perto as mudanças de cenário acontecerem, com a desistência de Jorge Mitidieri e os lançamentos das pré-candidaturas de Jackson do Mangue Grande (PSD) e Juquinha das Plantas (Solidariedade).
Recuperando-se da doença e na condição de presidente do Diretório Municipal do PT, Chicão mostrou-se democrático ao reunir e ouvir a militância petista para evitar uma fragmentação de posições e deliberar por uma posição coletiva. O resultado deste encontro foi o apoio do partido ao candidato Jackson, que meses depois sairia vitorioso de um pleito difícil e com placar apertado.
A participação do PT na campanha de Jackson não foi figurativa. A energia da militância e a presença de Chicão e do seu sobrinho Thiago Almeida foram peças cruciais na elaboração do Plano de Governo e na coordenação da campanha, tanto é que foram reconhecidos e escolhidos secretários de Administração e Chefia de Gabinete, respectivamente.
Passados meses de análises e discussões sobre o resultado do pleito, não restaram dúvidas para os boquinenses de que os 800 votos de diferença que garantiram a vitória do grupo de oposição passaram pelas posições do PT e de Chicão no apoio e engajamento em prol de Jackson.
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